“A fala poética deixa de ser fala de uma pessoa: nela, ninguém fala e o que fala não é ninguém, mas parece que somente a fala ‘se fala’ (...) “Isso significa, em primeiro lugar, que as palavras, tendo a iniciativa, não devem servir para designar alguma coisa nem para dar voz a ninguém, mas têm em si mesmas seus fins."(...)
"Sob essa perspectiva, reencontramos a poesia como um potente universo de palavras cujas relações, a composição, os poderes afirmam-se, pelo som, pela figura, pela mobilidade rítmica, num espaço unificado e soberanamente autônomo. Assim, o poeta faz obra de pura linguagem e a linguagem nessa obra é retorno à sua essência. Ele cria um objeto de linguagem, tal como o pintor não reproduz com as cores o que é mas busca o ponto onde as suas cores dão o ser".
"Sob essa perspectiva, reencontramos a poesia como um potente universo de palavras cujas relações, a composição, os poderes afirmam-se, pelo som, pela figura, pela mobilidade rítmica, num espaço unificado e soberanamente autônomo. Assim, o poeta faz obra de pura linguagem e a linguagem nessa obra é retorno à sua essência. Ele cria um objeto de linguagem, tal como o pintor não reproduz com as cores o que é mas busca o ponto onde as suas cores dão o ser".
(...) "o poema entendido como um objeto independente, auto-suficiente, um objeto de linguagem criado por si só, mônada de palavras onde só se refletiria a natureza das palavras e nada mais, talvez seja então uma realidade, um ser particular, de uma dignidade, de uma importância excepcional, mas um ser e, por isso mesmo, de forma nenhuma mais próximo do ser, do que escapa a toda a determinação e a toda forma de existência.”
(BLANCHOT in “O Espaço Literário")
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