A PÉ
andando pela rua Barão de Piumhi
vi as neblinas moverem
seus arcabouços de mármore
sob a lucidez dos
postes
automóveis raramente rompiam
o relento
dormente no asfalto
no alto
a lua era um submarino amarelo
entre um cardume de estrelas
os prédios recomeçavam a cirandagem
mas na margem
a calçada era um convite
à solidão e
à incerteza
no entanto meus passos sondavam
sentindo o sabor insone
da voragem
o silêncio sussurrava o seu veneno
qualquer caminho me levaria
de volta para casa
Gabriel Nogueira Ferreira
Interessante, quando "o vento sussura seus venenos"...Preciso falar com você.
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